terça-feira, 30 de março de 2010

ESTAÇÃO FERROVIÁRIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS - SP



E. F. do Norte (1876-1890)
E. F. Central do Brasil (1890-1925)
SÃO JOSÉ DOS CAMPOS-VELHA
Município de São José dos Campos, SP
Ramal de São Paulo - km SP-3454
Inauguração: 01.08.1876
Uso atual: demolida com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1887 (já demolido)

HISTORICO DA LINHA: Em 1869, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, saindo da linha da S.P.R. no Brás, em São Paulo, e chegando até a Penha. Em 12/05/1877, chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica, encontrou-se com a E.F.Dom Pedro II, que vinha do Rio de Janeiro e pertencia ao Governo Imperial, constituída em 1855 e com o ramal, que saía do tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo Cachoeira no terminal navegável dois anos antes e com bitola larga (1,60m). A inauguração oficial do encontro entre as duas ferrovias se deu em 8/7/1877, com festas. As cidades da linha se desenvolveram, e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"... O custo da baldeação em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba. Em 1889, com a queda do Império, a E.F.D.Pedro II passou a se chamar E.F.Central do Brasil, que, em 1890, incorporou a E.F. do Norte, com o propósito de alargar a bitola e unificá-las. Os trabalhos começaram em 1902 e terminaram somente em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela Refesa. O trecho entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos anos 80, pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte, foi aos poucos provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998, o transporte de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado, com o fim do Trem de Prata, mesmo ano em que a MRS passou a ser a concessionária da linha. O transporte de subúrbios, existente desde os anos 20 no ramal, continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi.

A ESTAÇÃO: A estação de São José dos Campos foi inaugurada pela E. F. do Norte em 1876. A linha original vinha de Jacareí, passava pela estação do Limoeiro (esta, aberta em 1894), depois a Parada Lima, cruzava o ribeirão do Vidoca, subia a colina na direção aproximada da atual Avenida Anchieta, galgando a escarpa e alcançava o altiplano aproximadamente na atual confluência da Avenida São João com a Avenida Nove de Julho. Nesta área foram construídas a estação, armazéns, terminal de cargas e o escritório da Companhia. A antiga estação, erigida em 1887 e que substituiu a original (provavelmente de madeira ou uma estação muito pequena e provisória) situava-se onde hoje se encontram a estação de tratamento de águas da Sabesp e o Tênis Clube. O acesso a ela era por aquela avenida com renques de palmeiras, a João Guilhermino, que segundo se conta, terminava à frente da velha estação. Dali os trilhos seguiam pelas encostas do vale do rio Lavapés, obedecendo a melhor declividade e, para retornar à várzea, guinavam repentinamente em curva para cruzar o ribeirão, onde, em 1915, ocorreu um desastre de grandes proporções. Depois disso, a EFCB decidiu mudar o traçado da ferrovia criando uma nova variante pela várzea, que tangenciava a cidade pelos Campos de Santana, local da nova estação. O medo de que a mudança da estação esvaziasse economicamente o centro gerou oposição na cidade, liderada por Napoleão Monteiro, editor do "Correio Joseense".
Partido Republicano chegaram a paralisar as obras, passando-se a estudar a transferência apenas do terminal de cargas, permanecendo a estação de passageiros no local tradicional, além da proposta de que fossem rebaixados os trilhos, permanecendo entricheirada a ferrovia. Porém, as obras da nova estação foram iniciadas em julho de 1922 e o prédio foi inaugurado, agora na avenida Sebastião Gualberto, em 19/09/1925, exatamente às 4 da tarde, com banda de música e tudo. Poucos meses antes disso, porém, a Central tentou dar à futura nova estação o nome de Doutor Dutra, engenheiro da ferrovia, o que gerou inúmeros protestos na cidade. No mesmo dia da inauguração da estação, foi aberta a variante de 7,120 km, fechando-se então dois postos provisórios nos kms 387 e 392 que ficavam nos entroncamentos da linha velha com a variante. A velha estação, desativada, foi demolida e no lugar do seu pátio e prédios foi construído o atual complexo da Sabesp para abastecimento de água da cidade. Hoje em dia (2006), oitenta anos depois de sua desativação, pouquíssimos são os joseenses que sabem que naquele ponto, hoje já incorporado à região central, um dia existiu a primitiva estação ferroviária de sua cidade. (Fontes: Relatório da Central do Brasil, 1925; site www.sjc.com.br, de São José dos Campos; jornais de época do Arquivo Municipal de São José dos Campos) FONTE:http://www.estacoesferroviarias.com.br/s/sjcampos-orig.htm

Um comentário:

  1. Sou fã deste blog!
    Parabéns... simplesmente perfeito!
    abraços de seus amigos
    Bonani e Adriana

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