domingo, 27 de janeiro de 2013

História com H de Edu Ribeiro-Nossa Estação Ferroviária de São José dos Campos


Quem já não passou pela frente da Estação Ferroviária de São José dos Campos e viu o descaso geral do abandono onde um dia alavancou o progresso de nossa cidade.
A Estação que teve suas obras iniciadas em 1922 e somente inaugurada em 1925 teve também sua história de muita luta e adversidades políticas.
Voltemos um pouco no tempo; precisamente em 1876, temos a primeira inauguração de nossa estação de trem realizada pela E. F. do Norte com a linha original que provinha da cidade de Jacareí que passava pelo Bairro Limoeiro, o qual teve uma estação aberta em 1894. O segmento desta linha cruzava o ribeirão Vidoca e tinha uma longa subida até a Avenida Anchieta até alcançar o plano no cruzamento entre Avenida São João com a Avenida Nove de Julho. Nesta época o comércio ficou abundante, grandes armazéns, terminais de cargas, e com o progresso, em 1887, foi criada a principal estação com o escritório da Companhia, onde hoje se localiza as instalações da estação de águas da Sabesp, próximo ao Tênis Clube.
Logo foi substituída, pois fatos históricos relatam que foi construída em madeiramento e de tamanho pequeno, difícil acomodação. O acesso principal para pedestres era então pela Av. João Guilhermino cortada pelas belas palmeiras imperiais que terminavam à frente da estação.
Em busca de melhor segmento da linha férrea a mesma acompanhou o trajeto pelas encostas do vale do rio Lavapés, tendo uma excelente declive e retorno pela várzea.
Tudo estava em perfeitas condições, desde que 1915 um grande acidente mudou totalmente a historia.
Devido esta fatalidade de grandes proporções, a então EFCB – Estrada de Ferro Central do Brasil resolve mudar o traçado da ferrovia com a criação de um novo traçado na área da várzea, conhecida por nós como área do banhado.
Seu novo traçado foi projetado pelos belos Campos de Santana, onde foi construída a nova estação ferroviária que hoje conhecemos na Av. Sebastião Gualberto, uma arquitetura dinâmica e abrangente. Na época o medo tomou conta devido à preocupação econômica vista no centro com o apoio da oposição contrária ao novo projeto.
O então “Correio Joseense”, comandado pelo editor Napoleão Monteiro, fez com que as obras parassem e novamente estudadas para que a nova estação fosse apenas terminal de cargas e a antiga fosse utilizada para estação de passageiros, alem de propostas como rebaixo dos trilhos em forma de trincheiras que não vingaram.
As obras da nova estação ferroviária foram iniciadas em 1922 e somente em 1925 foi inaugurada, juntamente com a desativação e demolição da antiga, e em seu lugar construído o complexo da Sabesp para abastecimento de água. Tenho absoluta certeza que hoje, muitos joseenses passam por este local e nem imaginam que ali um dia existiu a primeira estação ferroviária de São José dos Campos a qual alavancou o progresso de nossa cidade que vemos com orgulho.
Hoje o descaso político, social e diria até econômico faz desta maravilha histórica um dos amontoados de monumentos esquecidos e sendo deteriorados pelo tempo. Órgãos competentes de nossa cidade deixam transparecer o desrespeito da consciência de um patrimônio histórico, aparentando apenas preocupar com fatores inservíveis a comunidade Joseense.
Abraços e até a próxima do Edu Ribeiro   





 




   
Fonte: estações ferroviárias 

História com H de Edu Ribeiro-“Um alicerce feito para o caminho ao Céu” – Capela de São Miguel de São José dos Campos


Diariamente passamos a frente de um local onde muitos desconhecem a sua importância e deparamos com o fato de um dia ter sido o primeiro cemitério público de São José dos Campos.
Estou falando da Capela de São Miguel, construída em meados do século XIX (1851 – 1863) como um contexto importante como monumento do 1º Cemitério Público.
O cemitério foi edificado em 1832 e 1834, tendo seu primeiro sepultamento em 1836, esta cultura de costume da sociedade se fez pela mudança de comportamento observando as condições de higiene e saúde do município que anteriormente sepultavam seus entes dentro das igrejas, visando assim uma condição mais salubre à comunidade.
O atual Cemitério Municipal foi edificado em 1882 com um espaço “maior e mais distante do centro” na época.
A Capela de São Miguel seria a entrada do antigo cemitério, foi edificada em alvenaria de tijolos e argamassa de barro com 
campanário – torre sineira, que segundo relatos foi construída por escravos.
Passou por diversas reformas como ampliação da parte posterior abrigando assim o altar e também abrigar os corpos que são velados até os dias de hoje.
Sua preservação é de responsabilidade do Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico, Paisagístico e Cultural (COMPHAC).
Atualmente é cercada por diversas edificações, mas mantém suas
características como o cruzeiro – símbolo de devoção e ícone da fé religiosa.
Quando passa a frente da Capela de São Miguel, observe atentamente o fator histórico que temos em nossa cidade que por muitos é descartado e ignorado.
São José dos Campos tem seus fatos históricos deslumbrantes aos nossos olhos, basta-nos apenas observá-los e admirarmos.
Aguardem até a próxima matéria que vem recheada de conhecimentos históricos de nossa querida São José dos Campos.   
  Abraços e até a próxima do Edu Ribeiro  
Créditos/Fotos: Acervo fotográfico FCCR – SJC 
Capela de sao miguel

Capela de sao miguel 2

História com H de Edu Ribeiro-VOCÊ SABIA QUE JOSEENSES LUTARAM NA 2ª GUERRA MUNDIAL?


Sempre em busca de novos desafios dos fatos históricos que abrangem nossa cidade me deparei com algo interessante bem no centro de nossa cidade. Na orla do banhado vi uma grande estatua de um soldado com a bandeira brasileira nos braços, pés sobre uma pedra e fui observar de perto e vi a importância extrema que tem, tenho absoluta certeza que muitos acham apenas como um belo adorno da linda vista que temos do banhado. Trata-se do monumento ao Soldado Expedicionário, onde tive o privilégio de conhecer um pessoalmente com muita saúde e lúcido, mesmo com a idade existente morando bem na região central de nossa cidade. Para abrilhantar ainda mais esta matéria procurei um dos maiores pesquisadores históricos de nossa cidade o Prof. Sr. Douglas de Almeida, rapaz jovem, mas muito focado em suas pesquisas.
Abaixo o trecho de nossa conversa:

Douglas, você como pesquisador histórico de nossa cidade o que você diz sobre a não observação deste lindo monumento pelos cidadãos joseenses?
A maioria das pessoas que utilizam o transporte público em São José dos Campos passam todos os dias pela Orla do Banhado. Operários e estudantes, diaristas e professores, crianças e idosos, a maioria dessas pessoas tem a chance de contemplar o Banhado, cartão postal de nossa cidade. Em meio à agitação da vida cotidiana de uma cidade como São José dos Campos, percebe-se certo desconhecimento por parte dos joseenses da existência dos monumentos históricos que estão localizados na Orla do Banhado. Um deles em particular é o Monumento ao Soldado Expedicionário. Trata-se de uma obra com mais ou menos três metros de altura onde um soldado expedicionário está de pé sob uma pedra erguendo a bandeira nacional em sinal de vitória. Abaixo da estátua, cravado na pedra está o dístico da Cobra Fumando, símbolo da Força Expedicionária Brasileira (FEB).
Para entender melhor o que realmente foi a Força Expedicionária?
 A FEB foi à primeira força terrestre a lutar fora do território nacional. Composta por 25 mil homens, a FEB atuou no Teatro de Operações da Itália durante a Segunda Guerra Mundial. Nesta época o território italiano era dominado pelas forças nazifascistas de Benito Mussolini e Adolf Hitler. A guerra se desenrolava na Península Itálica entre as forças Aliadas e as forças do Eixo. Desde julho de 1944 a julho de 1945, a FEB permaneceu na Itália como um exército das forças Aliadas. Os brasileiros demonstraram sua importância na derrota das forças ítalo-germânicas as empurrando cada vez mais para o norte da Península Itálica.
Este fato você tomou conhecimento de que jeito, porque lhe chamou a atenção este assunto?
      Quando era um simples garoto em idade escolar, o Monumento ao Soldado Expedicionário sempre chamava minha atenção. Logo, percebi que havia um local vazio na pedra fundamental do monumento indicando que a placa original havia sido retirada. Não havia nenhuma placa de identificação, por isso sentia uma enorme vontade de conhecer a história por de trás daquele monumento. De fato, a sombra enigmática do significado deste monumento continuou em minha memória durante toda minha infância e adolescência, até que aos 19 anos já como aluno do 1° semestre do curso de História da Universidade do Vale do Paraíba decidi pesquisar a História dos brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial, e assim cumprir as exigências do trabalho de conclusão de curso a ser apresentado no final da graduação. De um jovem que ingenuamente cortejava a guerra, esta pesquisa contribuiu para meu amadurecimento e iniciação na pesquisa e desenvolvimento científico.

Esta guerra durou até quando?
A Segunda Guerra Mundial teve fim no ano de 1945 e apenas em 1981 os ex-combatentes de São José dos Campos receberam a sua justa e merecida homenagem pelos serviços prestados ao país. Hoje, 67 anos depois do maior conflito mundial da História, poucas pessoas conhecem a história da Força Expedicionária Brasileira.
Realmente um fato histórico que deveria ser mais abrilhantado para nós joseenses, não acha?
Precisamos de políticas publicas de incentivo a preservação da História de nossos patrimônios históricos. Patrimônio não deve ser entendido apenas como algo que não deve ser alterado. Preservar é mais do que não alterar. Apenas com a preservação da história o patrimônio adquire um significado.  
 Aguardem até a próxima matéria que vem recheada de conhecimentos históricos de nossa querida São José dos Campos. 
 
Abraços e até a próxima do Edu Ribeiro 
Foto: Prof Douglas de Almeida Silva

JORNAL

SOLDADO EXPEDICIONARIO

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Zapata: a primeira boate de São José


Em tempos de balada e azaração tecnológica há quem se recorde da primeira casa noturna de São José: a Zapata Disco Club. Fundada por volta de 1975, o local era ponto de encontro para quem queria passar a noite ao som de ritmos como bolero, tango e samba-canção, bem diferentes dos atuais.

O advogado Antonio Nunes de Moraes Neto, um dos proprietários da boate ao lado do sócio Fábio Egídio de Carvalho, conta que o espaço inaugurou a vida noturna da cidade. “A Zapata foi a primeira boate de São José, era muito bem frequentada e recebia toda semana seu público fiel”, afirma.

Aberta de terça a domingo, o dia da agitação na casa noturna era o sábado. Para entrar o público pagava 30 cruzeiros, o que dava direito a dois drinques. “Os dias quentes eram sexta e sábado. Com capacidade para 300 pessoas a boate ficava lotada. Além das bebidas também eram servidos quitutes”, diz Antonio Nunes.

Localizada na avenida Doutor Nelson Dávila, espaço onde antes funcionava o restaurante “Bolão”, a boate contava com bar, pista de dança e mesas ao seu redor. “Assumimos a casa, melhoramos a iluminação e os equipamentos. O som que era fraquinho, ainda com fita K7, foi substituído por um potente discotecário.”

Durante seu auge a Zapata recebeu atrações como Vinícius de Moraes, Toquinho, além de artistas locais. “Chegamos levar a escola de samba Bafo de Onça para se apresentar na Zapata. Foi um show de passistas e fantasias”, lembra Nunes.

Badalação. O endereço da diversão noturna era tão badalado que havia até colunistas sociais para retratar a presença de promotores, empresários e funcionários públicos que frequentavam a boate.

Com a chegada da disco music, no fim dos anos 70, a Zapata ganhou Luiz Sobral como terceiro sócio e juntos os proprietários transformaram o espaço em uma verdadeira discoteca. “Trocamos todos os equipamentos de som, colocamos luz negra, foi uma festa. Fomos modernizando de acordo com a época”, diz Nunes Neto.

A Zapata encerrou suas atividades em junho de 1979 e as atrações daquela noite especial foram o musical Esquema Dez e Bandinha Junina.

Nostálgico, o proprietário da boate pioneira destaca que hoje o conceito de agito noturno é outro. “Ainda encontro pessoas que recordam com saudade da Zapata. Foi um tempo marcante. Sempre gostei da noite, de dançar e ser proprietário de uma casa noturna marcou minha vida”, afirma.    
Terça-feira, 25 de Outubro de 2011
Fonte:  http://www.ovale.com.br/viver/zapata-a-primeira-boate-de-s-o-jose-1.173133    


Renata Del Vecchio
Especial para O Vale